O Assalto (crítica) | O novo policial polaco da Netflix
- por Jorge Loureiro
- 17 de outubro, 2024
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Antes de mais, tenho que dizer que adoro a iniciativa da Netflix para apostar em conteúdos, sejam séries ou filmes, de diferentes nacionalidades. Apesar da indústria do entretenimento continuar a ser liderada pelos Estados Unidos, é uma lufada de ar fresco assistir a produções com diferentes origens. "O Assalto" (título original Napad) é um desses exemplos. É um novo filme polaco do género Policial / Drama que acaba de chegar ao serviço.
Será que vale a pena gastar o teu tempo a assistir? Continua a ler para descobrir.
Uma história inspirada em factos verídicos
Na abertura do filme, aparece a mensagem que "O Assalto" é uma história inspirada factos verídicos, mas com o alerta de que outras partes são apresentadas de acordo com a visão criativa do realizador e resto da produção. Em suma, o filme é sobre um assalto a um banco da Polónia, que acaba com três mulheres brutalmente assassinadas.
Apesar do assalto ser a faísca que começa o desenrolar da história, a grande parte do filme é na verdade sobre como a polícia descobre o culpado e o que acontece a seguir. Com os agentes completamente à nora sobre o que aconteceu no assalto, decidem ir buscar um detective reformado Tadeusz Gadacz (representado por Olaf Lubaszenko) para ir ao fundo da questão.
Sobre O Assalto
Data de estreia: 16 de Outubro
Realizador: Michal Gazda
Título original: Napad
Género: Policial / Drama
Duração: 1h53m
Onde ver: Netflix
Tadeusz Gadacz é um detective da velha guarda, dos tempos em que a Polónia ainda pertencia à União Soviética. Claramente ninguém gosta dele, no entanto, eventos drásticos pedem medidas drásticas. Dão-lhe duas semanas para resolver o caso, com a recompensa de recuperar o seu distintivo e posição na polícia caso tenha sucesso.
O primeiro terço do filme é o típico filme de detective, com verificação das provas e interrogações aos suspeitos, com as típicas perguntas "Onde estiveste naquele dia?", "Tens testemunhas?" e também uma análise aos motivos que cada um dos suspeitos poderiam ter para assaltar o banco. A parte mais é interessante é conhecer Tadeusz Gadacz, que desde logo é apresentado como uma personagem peculiar.
Uma visão da polónia na década de 90
Os eventos de "O Assalto" decorrem pouco depois da queda da União Soviética. A Polónia é um país pobre, a tentar levantar-se. Percebemos que a maioria da população está a passar por dificuldades. Os carros não são mais do que caixas de lata com rodas, há pessoas a caçar para tentar ter mais alimento, e ainda há casas sem saneamento, em que é preciso descer com um balde todos os dias.
O filme não tarda muito para revelar quem foi o responsável pelo assalto ao banco. A narrativa está mais inclinada para mostrar como o detective Tadeusz Gadacz junta as peças do puzzle e como depois consegue arranjar as provas para obter uma condenação. Portanto, o grande mistério que o próprio filme coloca no início é resolvido antes sequer do filme chegar à metade da duração.
"O Assalto" é um filme que nem todos vão gostar. Não tem propriamente acção. O factor apelativo está em descobrir como Gadacz aplica os seus métodos ortodoxos, recorrendo também a favores de amigos dos antigos tempos da Polónia, para conseguir resolver caso. Com 1h 53m de duração, não é um filme longo para os padrões actuais, mas o desenrolar da história é lento.
Se gostas de policiais, vale a pena assistir
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Veredicto
Embora tenha sérias dúvidas que este filme entre para o top de alguém, é um filme sólido. Dá-nos uma perspectiva da Polónia pós União Soviética e a relação do contexto socioeconómico com um assalto violento. A narrativa não segue os mesmos moldes de outros filmes do género policial. Tem um ritmo mais lento, com menos suspense, e com maior foco na contemplação. Pouco-a-pouco, vamos conhecendo melhor as várias personagens envolvidas na história, com destaque especial para Tadeusz Gadacz, que só percebemos realmente no final do filme. Dependendo do que procuras, o filme pode ser uma experiência enriquecedora. Como já havia dito, "O Assalto" não é um filme para todos e, provavelmente, alguns vão achá-lo uma seca tremenda, mas representa uma adição interessante ao catálogo diversificado da Netflix
Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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