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ROG Ally X (análise) – Ainda vale a pena em 2025?

ROG Ally X analise
Crédito da imagem: ASUS ROG (edição por geekinout.pt)

ROG Ally X faz parte do crescente número de PCs enfiados numa carcaça de consola portátil, um formato que se tornou popular depois da Valve lançar a Steam Deck — que, na sua essência, é um PC portátil que opera como uma consola. Faz tudo aquilo que um PC faz, mas foi concebida primariamente para jogar. Por sua vez, a Steam Deck capitaliza no revivalismo das consolas portáteis provocado pela Nintendo Switch.

Com a Nintendo Switch 2 cada vez mais próxima — e com data de lançamento já anunciada — faz sentido perguntar: será que uma ROG Ally X ainda faz sentido em 2025? A consola foi lançada em julho de 2024 como uma versão melhorada da ROG Ally. Em termos de specs, está equipada com o poderoso AMD Ryzen™ Z1 Extreme Processor, já com arquitetura Zen 4, 8 núcleos, 16 threads e uma frequência que pode atingir os 5.10 GHz em boost.

Um dos problemas, logo à partida, da ROG Ally X é o preço difícil de justificar no panorama atual: custa 899 euros.

O valor torna-se mais compreensível quando se tem em conta que vem equipada com um SSD de 1 TB, 24 GB de RAM e um ecrã 1080p. Ainda assim, e embora não seja tão poderosa e tenha um ecrã limitado a 720p, a Steam Deck com ecrã OLED e também com 1 TB de SSD custa 679 euros.

Portanto, a grande questão é: será que a diferença de preço se traduz numa experiência realmente melhor?

@geekinout.pt

Dá uma olhada no unboxing completo da ROG Ally X, o novo portátil gamer da ASUS que promete rivalizar com o Steam Deck e Nintendo Switch 2 ! Será que vale o hype? Mostramos o que vem na caixa, detalhes do design. Em breve também vamos ter análise com as mudanças em relação ao modelo anterior. Curtiste o unboxing? Deixa o like ❤️ e segue pra mais tech e unboxings! #ROGAllyX #TechTok #GamerBR #ConsolePortátil #ASUSROG #SteamDeck #PCGamerPortátil #UnboxingTech #GadgetDoMomento #UnboxingBrasil

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Desempenho: poderosa o suficiente para jogar Assassin's Creed Shadows

Não há dúvidas de que a ROG Ally X consegue correr com facilidade jogos lançados há alguns anos, mas a questão é outra: será que tem potência suficiente para correr títulos mais recentes — e exigentes — como Assassin's Creed Shadows?

A boa notícia é que sim. Este foi, aliás, um dos jogos que mais joguei na portátil da ASUS. No entanto, como seria de esperar, há que fazer alguns compromissos nas definições gráficas para garantir uma framerate minimamente estável — e quando digo “minimamente estável”, refiro-me aos 30 FPS, que é o mínimo aceitável para qualquer jogo moderno.

ROG Ally X Assassin's Creed ShadowsCrédito da imagem: Geekinout.pt

Com as definições em medium e a usar as ferramentas mágicas da IA — seja upscaling, seja frame generation — é possível jogar com 30 FPS relativamente constantes. Dá até para subir um pouco a framerate se baixares tudo para low, mas aí já estás a sacrificar bastante a qualidade da imagem.

Convém também referir que Assassin's Creed Shadows é um jogo verificado para a Steam Deck, o que significa que a portátil da Valve também o consegue correr. Ou seja, apesar de a ROG Ally X custar bem mais, neste caso concreto a diferença de desempenho prático não é assim tão grande. Sim, com o poder extra da ROG Ally X consegues sacar mais uns frames, mas será que isso justifica os quase 300 euros a mais?

Ecrã 1080p, mas não é OLED

O ecrã da ROG Ally X tem uma resolução superior ao painel 720p da Steam Deck e da Nintendo Switch, o que se traduz numa imagem mais nítida e detalhada — especialmente visível em menus e texto. No entanto, na prática, essa resolução extra nem sempre faz diferença. Em jogos mais exigentes, é comum baixar a resolução para garantir uma performance estável, o que acaba por anular parte dos benefícios visuais.

É um bom ecrã LCD: tem 120 Hz, suporte para FreeSync e uma resposta fluída. Mas não deixa de ser um LCD — e isso nota-se quando comparado com o ecrã OLED da Steam Deck. O brilho máximo de 500 nits é aceitável para uso em interiores, mas não chega para jogar à luz do dia.

Fiz o teste numa esplanada, à sombra, e mal conseguia perceber o que estava a acontecer no ecrã.

ROG Ally X ecraCrédito da imagem: Geekinout.pt

Temperatura: no modo turbo aquece, mas nada de exagerado

Nas definições da consola podes escolher entre vários modos de desempenho:

  • Silencioso (13W)

  • Performance (17W)

  • Turbo (25W)

  • Turbo+ (30W)

Como seria de esperar, quanto maior o consumo energético, melhor o desempenho — mas também maior o aquecimento e o ruído das ventoinhas, que se ouvem bem quando estão a trabalhar no máximo.

Dito isto, apesar de a consola aquecer no modo Turbo, não é nada que se possa considerar preocupante. Notas calor na zona das ventoinhas, especialmente se passares lá a mão, mas o calor não se espalha para a zona onde realmente pegas na consola. Além disso, a bateria no modo Turbo não dura o suficiente para permitir que o aquecimento se torne um problema sério — e é precisamente sobre isso que falamos a seguir.

Bateria: mais capacidade, mas ainda longe do ideal

A ROG Ally X vem equipada com uma bateria de 80 Wh — um salto significativo em relação ao modelo anterior, que contava apenas com 40 Wh. Na prática, isso traduz-se numa autonomia que varia entre 2 a 8 horas, dependendo do modo de desempenho selecionado e da exigência gráfica do jogo em execução.

Em teoria, uma bateria de 80 Wh permite ultrapassar as 2 horas de jogo mesmo no modo Turbo+, o que foi confirmado nos nossos testes com Assassin's Creed Shadows. Já em títulos indie ou com gráficos menos exigentes, é perfeitamente possível atingir 5 a 6 horas de autonomia com as definições adequadas.

A boa notícia é que o carregamento também é rápido — em cerca de 1h30 consegues uma carga praticamente completa.

ROG Ally X traseiraA ROG Ally X tem botões extra na parte de trás o que permite mais personalização no layout de botões dos jogos (crédito da imagem: Geekinout.pt)

Ergonomia e portabilidade – encaixa bem nas mãos?

Não há como fugir ao facto de que esta é uma consola grande, tal como as outras deste género.

Não é tão fácil de transportar como uma Nintendo Switch – mas a própria consola da Nintendo não cabe num bolso, o que para mim elimina tanto uma como a outra na questão de portabilidade. Se queres transportar qualquer uma destas consolas, vais precisar de uma mochila... ponto final.

Em termos de peso, também é ela por ela comparativamente à Steam Deck ou Lenovo Legion GO. A ROG Ally pesa 678 g, é marginalmente mais pesada do que o modelo anterior, mas ultimamente não faz diferença.

ROG Ally X vs Nintendo SwitchCrédito da imagem: Geekinout.pt

Honestamente, a consola não parece tão pesada como os números podem sugerir. O peso está bem distribuído e o design ergonómico ajuda bastante. Neste aspeto, é até mais confortável do que a Nintendo Switch, que devido aos Joy-Con finos e quase rasos pode tornar-se desconfortável para mãos adultas em sessões prolongadas.

Quanto aos materiais, a construção é em plástico — mas um plástico robusto e com boa sensação ao toque. Ainda assim, tendo em conta o preço elevado da ROG Ally X, talvez não fosse descabido esperar uma carcaça em liga de magnésio, um material leve e resistente que já é comum em produtos premium da área gaming, como ratos e portáteis.

Software – o calcanhar de Aquiles

A ROG Ally X vem com o Windows 11 pré-instalado, o que à primeira vista até pode parecer uma vantagem… mas rapidamente se revela o maior ponto fraco da consola.

O sistema operativo da Microsoft simplesmente não está pensado para uma experiência portátil de gaming. Desde o primeiro arranque que se percebe que a interface não foi feita para um ecrã pequeno com controlos táteis, nem tudo responde como devia, e funcionalidades básicas numa consola — como suspender um jogo e retomar de forma fluída — simplesmente não funcionam de forma intuitiva.

A situação é tão frustrante que muitos utilizadores optam por instalar sistemas alternativos, como o SteamOS (via dual boot) ou até distribuições como o Brazzite, que têm funcionalidades pensadas de raiz para gaming portátil.

Numa consola com um preço de 899 euros, era de esperar uma experiência de software mais polida e pensada para o formato. O que vale é que o suporte oficial ao SteamOS para dispositivos de terceiros está prometido para o futuro — e quando isso acontecer, a ROG Ally X pode tornar-se num equipamento. mais apelativo.

Nintendo Switch vs ROG Ally XComparação de tamanho com a Nintendo Switch 1 (Crédito da imagem: Geekinout.pt)

Conclusão: boa máquina, mas com arestas por limar

A ROG Ally X é, sem dúvida, uma das consolas portáteis mais potentes do mercado.

Com um processador topo de gama, boa autonomia, um ecrã de qualidade e melhorias tangíveis face ao modelo original, é uma opção a ter em conta para quem quer jogar títulos exigentes em formato portátil.

Ainda assim, o preço elevado, o sistema operativo mal adaptado ao formato e o facto de o desempenho real em alguns jogos não ser tão superior à Steam Deck como se poderia pensar, tornam esta uma escolha mais difícil de justificar para o utilizador comum.

É um produto com ambição, mas que ainda precisa de um ecossistema mais otimizado — seja através de software mais refinado ou com a chegada do prometido suporte oficial ao SteamOS.

PRÓS

  • Desempenho potente em formato portátil que permite jogar títulos exigentes e lançados em 2025;

  • Suporte para tecnologias de IA que otimizam o desempenho como AMD FSR e geração de frames;

  • Várias opções na personalização do layout de botões graças aos botões extra na parte de trás da consola;

  • Boa ergonomia e distribuição de peso;

  • Melhor autonomia que o modelo anterior (ROG Ally)

  • Possibilidade de jogar qualquer título que tenhas na tua biblioteca do PC, seja do Steam, Ubisoft Connect, PC Game Pass ou outras plataformas

CONTRAS

  • O software podia estar melhor integrado;

  • O ecrã não é OLED e podia ter mais brilho;

  • Preço elevado comparado com a Steam Deck;

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.