Sony mostra interior da PS5 Pro para tentar convencer-te que a consola vale 799 euros

A PlayStation publicou esta semana no PS Blog um extenso "deep dive" à PS5 Pro, a consola mais poderosa desta geração, lançada em novembro de 2024.

Na publicação, dois engenheiros da Sony mostram o interior da PS5 Pro e explicam todas as mudanças ao nível do design térmico, da motherboard e até da estrutura das ventoinhas. É um conteúdo técnico, mas altamente revelador — e, tendo em conta o timing, também algo suspeito.

Timing estranho? Talvez não tanto

A consola foi lançada em novembro, mas este "teardown oficial" só chegou agora. Porquê? Talvez a explicação esteja nas vendas que alegadamente não estão a acompanhar o ritmo da PS4 Pro, que vendeu significativamente mais no mesmo período após o lançamento.

Além disso, já testemunhamos algumas lojas a colocar a PS5 Pro em promoção, o que é um indicar de que as vendas estão a abrandar e que existe interesse em mover o stock acumulado.

Com um preço que em Portugal chega aos 799 euros (sem leitor de discos incluído, que custa mais 79 euros), a PS5 Pro não é uma consola fácil de vender — e por isso, esta publicação parece ter um único objetivo: mostrar que há mais por detrás do preço, e que o hardware é, de facto, diferente do modelo base.

A nova motherboard da PS5 Pro (crédito da imagem: PlayStation)

Três cortes de design… para mais ar

Os engenheiros explicam que a PS5 Pro requer muito mais ventilação, daí os três cortes horizontais na estrutura exterior — chamados internamente de "blades". A consola também inclui um novo sistema de “louvers” (ranhuras internas) que canaliza o som das ventoinhas para longe do utilizador, tornando-a teoricamente mais silenciosa.

A ventoinha é maior, com mais lâminas e uma geometria revista para empurrar mais ar de forma silenciosa. E, claro, a consola continua a usar metal líquido para refrigeração do SoC, algo que a Sony estreou na PS5 original.

Comparação da ventoinha da PS5 Pro vs PS5 normal (crédito da imagem: PlayStation)

Mais RAM e uma board mais densa

Ao abrir a consola, os engenheiros destacam a nova motherboard de múltiplas camadas e a inclusão de um nono chip de RAM DDR5 que trata apenas de tarefas do sistema operativo, libertando os 8 GDDR6 para os jogos. Este detalhe ajuda a explicar os ganhos de desempenho com o PSSR (PlayStation Spectral Super Resolution), a tecnologia de upscaling com IA que substitui o DLSS da NVIDIA.

Fonte maior, Wi-Fi 7 e dissipador gigante

A fonte de alimentação cresceu para dar resposta aos 48W extra de consumo, e a consola já inclui Wi-Fi 7 — o novo padrão lançado em 2024. O dissipador também é novo, com mais tubos de cobre, e foi pensado para garantir uma melhor dissipação de calor... sem parecer um forno a jato.

No geral, esta é uma consola diferente por dentro, mas o problema continua a ser o mesmo: o preço, e a falta de mais jogos que realmente façam uso das melhorias prometidas.

Se esta publicação técnica vai convencer alguém a largar 799 euros euros numa nova PS5… é outra conversa.