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Until Dawn Remake análise | Uma experiência com mais problemas

Until Dawn Remake análise
Crédito da imagem: PlayStation

Embora em outrora as remasterizações e remakes fossem entusiasmantes pela oportunidade de revisitar jogos antigos e ultrapassados, atualmente isto já deixou de ser um sentimento geral. Há jogos a receberem remasterizações e remakes que na verdade não precisavam desse tratamento, porque a versão original ainda continua em perfeitas condições para os padrões atuais. O remake de Until Dawn é um desses casos.

Lançado em 2015 para a PS4, foi agora recuperado num remake para PS5 e PC. Havia realmente necessidade? Parece ser a pergunta que não quer calar com as mais recentes remasterizações e remakes da PlayStation. No entanto, estes tipos de relançamentos servem para pessoas como eu. Não joguei a versão original da PS4 (porque na verdade nem tinha idade para jogar), por isso a versão melhorada para PS5 e PC é a oportunidade ideal para conhecer o jogo pela primeira vez.


Sobre Until Dawn Remake

  • Plataforma testada: PS5

  • Disponível também para PC

  • Género: Aventura / Terror

  • Preço: 59,99 euros

  • Produtora: Ballistic


Um remake que entrega uma experiência com mais problemas

Quando se ouve falar em remakes, seja em qualquer jogo, uma das ideias principais que surge na cabeça de qualquer um é a possibilidade de conhecer ou reviver a experiência da versão original com melhorias a todos os níveis. No entanto, ao jogar Until Dawn não fiquei com a sensação de ser um jogo atual nem senti que a jogabilidade estivesse melhor, principalmente na forma como as personagens se mexem no momento em que os controlas ou até mesmo nas sequências cinemáticas.

Este remake aparenta ser um jogo adaptado às novas tecnologias e não uma melhoria geral na construção do jogo (supostamente, é para isso que serve um remake), até porque, falhas como cortes e engasgos nas cinemáticas são notáveis nas milésimas de segundos que aparecem. É um problema que persiste ao longo do jogo inteiro e que não pinta uma boa imagem. Para quê lançar um remake se vais introduzir problemas que antes não existiam?

Qual é a história de Until Dawn?

A história é centrada num grupo de oito jovens amigos, que decidem passar uma noite de inverno num chalé de família, completamente isolado nas montanhas. O que eles não sabem é que a montanha é amaldiçoada por uma antiga lenda da tribo que lá habitava, os Wendigos.

A tragédia começa a partir de uma brincadeira de mau gosto, que consequentemente resulta no desaparecimento de dois membros do grupo. Após um ano, como tentativa de superação do trauma, o grupo volta a reunir-se no mesmo local, mas nada corre como era esperado. Conforme a noite vai avançando, vários acontecimentos estranhos desenrolam-se e o grupo apercebe-se que claramente que não estão sozinhos.

Quais são as mecânicas?

A mecânica principal do jogo é o efeito borboleta. Resumindo: todas as nossas ações influenciam o futuro, e as muitas decisões que estão sob a nossa responsabilidade vão alterar todo o enredo do jogo, daí haver a múltiplos finais diferentes. Isto torna a história do jogo mais pessoal para os jogadores porque, ainda que não controlem tudo, podem tomar decisões mais ao seu gosto. Não gostas de uma personagem? Então deixa-a morrer.

Ao longo do jogo também encontrarás outras mecânicas que podem a afetar o destino das personagens. Aparecem maioritariamente em momentos de tensão. Uma delas são os quick-time events, que apesar de não serem tão críticos, exigem reflexos rápidos e eficazes evitando que personagens recomecem desafios ou até mesmo que se magoem. Quanto à sustentação da respiração, o controlo do teu DualSense é importante. Geralmente, esta mecânica aparece em situações mais críticas onde a estabilidade das tuas mãos e braços é a chave para ter sucesso.

O jogo está divido em 10 capítulos. Cada capítulo dá-te a oportunidade de controlares diferentes personagens, mostrando a história de vários pontos de vista. No final de cada um, és abordado por um psicólogo. Inicialmente, as consultas com o Dr. Hill parecem estranhas, mas ao longo das várias sessões perceberás que as questões iniciais apenas servem para influenciar as tuas experiências mais tarde, e que no final de contas o jogo só quer adaptar a história a ti próprio conhecendo os teus medos.

Until Dawn é repleto de aventura e tensão. Consegues viver vários estágios de terror no decorrer dos 10 capítulos, desde os mais fracos que só te fazem sobressaltar com partes inesperadas, ou então num nível mais elevado que te incute medo de avançar ou recuar. Confesso que, a história em Until Dawn foi o que mais me prendeu até ao final do jogo. O desejo em saber o que eventualmente aconteceria a cada personagem mediante as minhas ações que é imensamente cativante.

Este é o símbolo para jogos, filmes ou produtos assim-assim. Têm tanto de bom como de mau. Ainda podes gostar e desfrutar deles, se estiveres disposto a ignorar certas coisas.

Veredicto

Acredito que o jogo podia estar melhor. Para um remake, que deveria estar melhor do que a versão original, as melhorias gráficas. sobretudo as animações das personagens, e a jogabilidade poderiam ter sido alvo de melhorias adicionais. Apesar da introdução de pequenas cenas adicionais e um novo possível final, Until Dawn remake não apresenta argumentos suficientes para justificar a sua existência, ainda por cima com um preço de 59,99 euros. Apesar do remake ter várias cenas retrabalhadas para melhor iluminação e aspecto, a versão original da PS4 ainda continua a ter um aspecto bom para os padrões atuais. E se o problema são os 30 FPS, podes jogar a versão PS4 na PS5 para ter uma framerate estável a 60 FPS (às vezes existem pequenas quedas) para maior fluidez.

Foto de Rita Vieira - Autor na Geekinout
Autor

Rita Vieira

A Rita adora jogos de tiros competitivos como Rainbow Six Siege e Fornite. Joga tanto que os comandos não lhe duram e precisa de comprar novos regularmente. Também dá uns toques em Minecraft ocasionalmente.