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Wolf Man (crítica) | Lobisomem ou lobiseca?

Lobisomem Wolf Man critica
Crédito da imagem: Universal

Lobisomem (título original: Wolf-Man) faz parte dos esforços da Universal Studios para ressuscitar a sua vasta biblioteca de filmes baseados em monstros. Desta vasta biblioteca, que inclui filmes lançados entre 1913–1956, está o Wolf-Man original, lançado em 1941 com direção de George Waggner.

O filme de 2025 é, portanto, um reboot de um clássico do terror. Vale a pena lembrar que em 2010 já tivemos um remake do filme original, também chamado Wolf-Man, dirigido por Joe Johnston e com Benicio Del Toro, Anthony Hopkins e Emily Blunt no elenco. O filme de 2025 não é um remake, mas uma reinterpretação adaptada à modernidade.

Os fãs de filmes de terror vão certamente concordar quando digo que não existem bons filmes suficientes sobre lobisomens. Portanto, este fim de semana comprei o bilhete e fui ao cinema descobrir se esta reinterpretação consegue dar de volta o encanto a um dos monstros mais icónicos de Hollywood.


Sobre Lobisomem (Wolf Man)

  • Estreia em Portugal: 16 de Janeiro de 2025

  • Elenco: Julia Garner, Christopher Abbott, Matilda Firth

  • Realizador: Leigh Whannell

  • Duração: 1h43m


Qual a história de Lobisomem (2025)?

A história começa em 1995, quando um misterioso desaparecimento nas montanhas do Oregon dá aso a rumores sobre um vírus ligado à fauna local que deixa as pessoas com cara de lobo. Nessas mesmas montanhas vivem Grady e o seu filho Blake. Grady é um pai severo e rijo, que tenta ensinar a Blake disciplina e a viver naquele ambiente. Durante uma caçada, acabam por avistar uma criatura enigmática que os persegue, mas conseguem escapar.

Trinta anos depois, Blake vive em São Francisco com a filha Ginger e a sua mulher, Charlotte. Quando a vida nas montanhas parecia fazer parte do passado, Blake recebe a certidão de óbito do seu pai, que estava desaparecido há anos depois de ter saído para caçar, juntamente com as chaves da casa onde cresceu. Aproveitando a ocasião para fazer umas férias na montanha e fortalecer a relação com a sua família, Blake regressa ao sítio onde cresceu.

Lobisomem ou lobiseca?

Não há como suavizar isto: achei o filme extremamente aborrecido. Apesar da sua experiência no género do terror, o realizador (e ator) Leigh Whannell falha em captar a essência do lobisomem, seja no aspeto (o lobisomem do filme mais parece um leproso), seja no comportamento. Um exemplo gritante disso é uma cena em que a família escapa simplesmente subindo para o topo de uma pequena estufa. O monstro, incapaz de saltar o suficiente para alcançá-los, fica preso no chão, transformando o que deveria ser um momento de tensão numa cena de comédia involuntária.

O filme adota o ritmo de um slow-burner, edificando a tensão de forma gradual como se estivesse a preparar terreno para um grande final. Qual é o problema? Esse grande final nunca chega a ser verdadeiramente satisfatório. A grande reviravolta, que supostamente deveria surpreender, é previsível a quilómetros de distância. Quanto aos sustos repentinos, apesar de estarem presentes, são pouco frequentes. Claramente, não é um filme concebido para entregar esse tipo de terror.

Por outro lado, há um detalhe positivo a realçar: a forma como o filme explora a perspetiva do lobisomem. Em certos momentos, vemos o mundo através dos seus olhos, com visão noturna nítida e uma audição extremamente apurada, captando até os menores ruídos. É um toque interessante que acrescenta alguma imersão à experiência. No elenco, composto apenas por 9 atores, não há nenhuma prestação que realmente se destaque.

O nome diz tudo. Estes são jogos, filmes ou produtos maus, que deves evitar. Não são compras seguras e têm mais de negativo do que positivo. O risco é teu.

Veredicto

No final das contas, Lobisomem (2025) é uma tentativa falhada de modernizar um clássico do terror e que acaba por falhar em quase todos os aspetos essenciais. Por vezes, o filme consegue criar uma atmosfera intensa, mas acaba por não tirar proveito disso ao entregar um enredo previsível que culmina num clímax insatisfatório. O design e comportamento do Lobisomem ficam aquém do potencial. Apesar de alguns toques interessantes na forma como a perspetiva do lobisomem é explorada, não é suficiente para salvar o filme da sua própria mediocridade. A Universal pode estar determinada a ressuscitar os seus monstros icónicos, mas se Lobisomem (2025) serve de indicação, talvez seja melhor deixá-los descansar em paz.

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.

1 Comentário

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    Bartolomeu Dias

    Lobiseca-mos