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The Last of Us Parte II Remastered PC (análise) | Uma obra-prima ainda mais afinada

The Last of Us Parte II Remastered PC análise
Crédito da imagem: PlayStation

O que dizer de The Last of Us: Parte II que ainda não tenha sido dito?

A sequela da aclamada saga da Naughty Dog tornou-se num dos jogos mais debatidos — e polarizadores — da história dos videojogos. Gostes ou não gostes, há que reconhecer que o jogo deixou a sua marca em todos os que o jogaram. Para o bem e para o mal, ninguém ficou indiferente.

Quase cinco anos depois do lançamento original na PS4, The Last of Us: Parte II chega ao PC numa versão remasterizada que, além das melhorias visuais, traz também novos modos e funcionalidades que lhe dão uma nova vida — e razões para voltar.

Francamente, já não tocava neste jogo há algum tempo. E apesar de odiar responder à pergunta "qual é o teu jogo favorito?", regressar a esta versão recordou-me exatamente porque é que esta sequela continua, para mim, entre os melhores jogos de sempre. A forma como a Naughty Dog casa jogabilidade, narrativa, som e direção artística é praticamente inigualável.

The Last of Us: Parte II Remastered JoelImagem capturada por Geekinout.pt

A atenção aos detalhes continua a ser doentia. Cada canto, cada ambiente, cada respiração ou silêncio conta. A densidade emocional continua intacta.E embora a direção narrativa não tenha agradado a todos, eu insiro-me no grupo que a aplaudiu. A Naughty Dog podia ter seguido o caminho fácil — entregar uma sequela segura, previsível, que oferecesse apenas mais do mesmo. Em vez disso, escolheu arriscar, virar expectativas do avesso e mostrar que a verdade raramente é unilateral. A vida é feita de dualidades, e aqueles que vemos como heróis podem muito bem ser os vilões na história de outra pessoa.

Mas há mais nesta versão do que apenas um facelift gráfico.


Sobre The Last of Us: Parte II Remastered (PC)

  • Editora: PlayStation

  • Estúdio: Naughty Dog

  • Preço: 49,99€

  • Lançamento: 03/04/2025

  • Género: ação / aventura


Um port à altura do nome

Testei o jogo num PC com um monitor OLED QHD (2560x1440), uma RTX 4070 Super, um Ryzen 7 7800X3D e 32GB de RAM. Consegui manter os 60 FPS com todas as definições no alto ou no máximo — não é um port leve, especialmente para quem quiser correr a 4K com tudo no máximo, mas está bem otimizado e correu sem problemas.

Há ainda suporte para ultra-wide, DLSS 3, FSR 3.1, XeSS, HDR e DirectStorage, o que mostra um esforço claro para adaptar o jogo às exigências da plataforma. O suporte para teclado e rato está afinado, com opções de personalização decentes, e quem preferir o comando da PlayStation poderá contar com o feedback háptico e os gatilhos adaptativos do DualSense — se estiverem ligados por cabo, claro.

The Last of Us: Parte II Remastered settingsImagem capturada por Geekinout.pt

Novos modos que valem a pena

A cereja no topo do bolo é o novo modo No Return, uma espécie de roguelike que transforma o combate tenso e estratégico do jogo numa experiência altamente rejogável. Desbloqueias personagens, cada uma com as suas próprias habilidades, e vais enfrentando ondas de inimigos em encontros aleatórios com direito a bosses e mapas icónicos.

The Last of Us: Parte II Remastered No ReturnImagem capturada por Geekinout.pt

Para quem gosta de mergulhar nos bastidores, o jogo inclui também Lost Levels, secções cortadas do jogo original que agora podes explorar com comentários dos developers. É uma espécie de mini-documentário interativo que vai deliciar quem gosta de perceber como um jogo é feito.

E como bónus: podes ainda brincar no modo Guitar Free Play (agora com novos instrumentos), ou testar a tua perícia em Speedrun Mode. Tudo isto sem esquecer as funcionalidades de acessibilidade, que continuam a ser um exemplo para toda a indústria — agora com Descriptive Audio e “Speech to Vibrations”.

Se já tens a versão PS5 de The Last of Us: Parte II Remastered, convém sublinhar que todos os extras desta versão para PC vão ser adicionados por atualização gratuita.

Remasterização ou Director’s Cut?

Mesmo para quem já o jogou, esta versão remasterizada justifica plenamente o regresso. Não só oferece a oportunidade de reviver a jornada emocionalmente devastadora de Ellie e Abby, como também apresenta novidades que elevam o valor do pacote — com destaque para No Return, um modo mais denso e desafiante do que à primeira vista aparenta.

The Last of Us: Parte II Remastered AbbyImagem capturada por Geekinout.pt

É verdade que No Return não substitui o tão aguardado modo multijogador, que estava inicialmente planeado como uma experiência standalone e acabou por ser cancelado. Mas a sua inclusão compensa, em parte, essa ausência. Adiciona longevidade, variedade e uma nova forma de explorar a jogabilidade de The Last of Us: Parte II para além da campanha principal.

O conteúdo novo não reinventa a roda, mas acrescenta camadas. E às vezes, isso é tudo o que é preciso. Se já procuravas uma desculpa para regressar, acabaste de a encontrar.

Prós:

  • A experiência visual e técnica definitiva de TLOU Part II

  • Modo No Return é viciante e bem desenhado

  • Lost Levels e comentários dos devs são um extra excelente

  • Excelente port para PC com opções técnicas robustas

  • Suporte para DualSense, HDR, DLSS, FSR, ultra-wide e mais

Contras:

  • Requisitos elevados para jogar em 4K com tudo no máximo

  • Ainda há quem torça o nariz ao preço para um "remaster"

Esta medalha é para o melhor entre os melhores. São marcos, que alteram o paradigma de alguma forma e influenciam o futuro com o seu impacto e qualidade. Um jogo, filme ou produto com esta medalha será recordado no futuro pelas melhores razões.

Veredicto

The Last of Us: Parte II Remastered no PC é a versão definitiva de uma obra-prima moderna. Se nunca o jogaste, esta é a melhor forma de o fazer. Se já o jogaste e és daquelas pessoas que aprecia qualidade gráfica surreal, vais querer (e deverias) voltar.

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.