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Dune: Parte 2 (crítica) | Um épico de Sci-Fi

Dune: parte 2 review
Crítica ao filme Dune: Parte 2 (Crédito da imagem: Legendary Entertainment / Warner Bros)

O percurso de Dune no cinema tem sido um caso peculiar de perseverança perante a incerteza, num período em que a sétima arte e os blockbusters estão a passar por uma crise que começou com a pandemia, mas continuou rompante com o crescimento dos serviços de streaming, apesar do aparente regresso à normalidade.

A intenção do realizador Denis Villeneuve foi, desde que pegou no projeto, criar uma saga dividida em múltiplas partes. Mas perante um mercado rodeado de incertezas e instabilidade, a confirmação de que iria haver um segundo filme só chegou dias depois da estreia da primeira parte, que acabou por se tornar num dos filmes mais rentáveis de 2021 (ficou na 9º posição, com quase $435 milhões de receitas).

Perante este cenário desafiante para a indústria cinematográfica, Dune: Parte 2 surge desafiante, como um farol de esperança, e para responder a uma importante questão: será que os blockbusters ainda conseguem mover audiências como antes? Só o futuro e o público podem responder ao decidirem deslocarem-se ou não às salas de cinema. Porém, para mim uma coisa é clara: esta foi uma das melhores experiências que tive no cinema desde há muito tempo.

Para mim uma coisa é clara: esta foi uma das melhores experiências que tive no cinema desde há muito tempo

Adaptar livros ao cinema não é uma tarefa fácil, mas Denis Villeneuve já tinha demonstrado na primeira parte um talento nato para a tarefa. Assim que o filme começa, somos imediatamente transportados para o universo imaginado por Frank Herbert e, apesar das 2h46m de duração parecerem muito no papel, a verdade é que passaram a correr tal foi a abstração. Para este efeito, contribui imenso a soberba direção estética e planos grandiosos de Arrakis que nos absorvem por inteiro, mas também a banda sonora do mestre Hanz Zimmer.

A magnitude desta segunda parte ultrapassa facilmente a primeira. Apesar de um início lento, mas necessário, para mostrar a integração de Paul Atreides com os Fremen e o crescimento da sua lenda como o Messias, as cenas de ação são mais frequentes e de maior escala. O universo visível para o espetador também é expandido, com Denis Villeneuve a aproveitar melhor o material fonte de Frank Herbert para esta continuação.

A prestação de Austin Butler no papel de Feyd Rautha é soberba.

Apesar de Paul Atreides continuar como o protagonista, Dune: Parte 2 desloca habilmente o holofote para outras personagens e fá-las crescer. Não é apenas a direção de Denis Villeneuve que merece ser elogiada, todo o elenco fez uma prestação aterradora porque sentimos as emoções e sentimentos a passarem do ecrã para a cadeira: o desejo, o ódio, a vingança, o amor, a ambição, o conflito, e a perversão.

Embora existam pequenas diferenças entre a obra literária e a adaptação cinematográfica, "Dune: Parte 2" impressiona pela fidelidade à essência da saga e pela mestria com que Villeneuve entrelaça personagens e acontecimentos numa duração de filme que poderíamos considerar curta tendo em conta a dimensão do material original. Independentemente de teres lido os livros, o filme oferece uma experiência rica e envolvente.

Esta medalha é para o melhor entre os melhores. São marcos, que alteram o paradigma de alguma forma e influenciam o futuro com o seu impacto e qualidade. Um jogo, filme ou produto com esta medalha será recordado no futuro pelas melhores razões.

Veredicto

Juntamente com a primeira parte, "Dune: Parte 2" consolida-se como uma das melhores adaptações de ficção científica da história do cinema. A grandiosidade da produção, a fidelidade ao universo de Frank Herbert, e a entrega impecável do elenco elevam a experiência a um patamar de excelência que atualmente é rara no cinema.

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.

3 Comentários

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    Katie_dragneel

    As horas realmente passaram a correr, um filme espectacular. A parte da arena em particular, a cinematografia estava de deixar o queixo caído.

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      Jorge Loureiro | Fearme

      A pena é ter que esperar pela parte 3.

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    Andrefilipesaramago

    Este e o GvK:NW vão ser os próximos da minha lista.

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    Moncacho

    Épico

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      Jorge Loureiro | Fearme

      Ainda quero ver em IMAX.