Jogar Black Myth Wukong com o cérebro? Implante neural feito na China parece ficção científica
- por Jorge Loureiro
- 23 de abril, 2025
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Parece coisa de Matrix, mas aconteceu mesmo. Um jovem de 19 anos com epilepsia tornou-se a primeira pessoa no mundo a jogar Black Myth: Wukong apenas com o poder da mente – e tudo graças a um implante cerebral desenvolvido por uma equipa de investigadores chineses.
O feito aconteceu no Hospital Huashan, na China, e envolveu a Brain Tiger Technology e o Instituto de Microsistemas de Xangai, com apoio da Tianqiao Brain Science Institute. O paciente foi submetido a uma cirurgia onde recebeu um implante cerebral com 256 canais de leitura, capaz de interpretar sinais neuronais em tempo real.
Menos de 20 horas de treino depois, já estava a controlar o cursor no ecrã com uma precisão de 4.07 bps – um desempenho que rivaliza com o de Noland Arbaugh, o paciente da Neuralink que levou 60 horas para atingir 4.6 bps.
O treino começou com clássicos como Pac-Man e Tank Wars, antes de passar para algo mais ambicioso: Honor of Kings e o aguardado Black Myth: Wukong. E sim, o controlo era total – através de pensamento, o jogador movia o cursor, selecionava comandos e interagia com o jogo em tempo real, sem qualquer controlador físico.
Imagem via IT Home
O sistema operativo que torna tudo isto possível chama-se XessOS, e foi desenvolvido pela própria Brain Tiger. Este sistema não só permite jogar como também navegar na internet, controlar dispositivos inteligentes e até operar uma cadeira de rodas – tudo com o poder da mente. Segundo os investigadores, a interface aprende e adapta-se ao cérebro do utilizador ao longo do tempo, tornando-se cada vez mais eficiente.
O mais impressionante? Isto é só o começo. A próxima geração do implante será totalmente sem fios, com ensaios clínicos previstos ainda para este ano.
Um avanço científico que parece saído diretamente de Ghost in the Shell, e que coloca a ficção científica cada vez mais perto da realidade. E se tudo correr como planeado, no futuro talvez não precisemos sequer de comandos para jogar. Basta pensar.
(via IT Home)
Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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