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Joker: Loucura a dois (crítica) | É assim tão mau?

Joker 2 Crítica
Crítica ao filme Joker: Loucura a Dois (Crédito da imagem: Warner Bros.)

Joker: Loucura a Dois… será assim tão mau? Acho que esta é a pergunta na mente de toda a gente.

Não há como esconder que o filme tem neste momento uma pontuação péssima no Rotten Tomatoes, com apenas 33% de aprovação, e no Metacritic, com 45 pontos em 100, o que coloca o segundo filme de Joker na cesta dos filmes maus. Contrasta radicalmente com o primeiro filme, também dirigido por Todd Phillips, que teve uma recepção crítica calorosa quando estreou em 2019.

Portanto, Joker 2 ou Joker: Loucura a Dois (nome oficial) é um filme assim tão mau? Para descobrir, ontem à tarde comprei o bilhete e fui assistir.

Vou ser honesto: acho que as partes musicais não acrescentam nada ao filme. Percebo que é uma forma de mostrar o mundo imaginário e fantasia que existe na cabeça de Arthur Fleck, tal como no primeiro filme imaginou e fantasiou um romance com a vizinha, mas da forma que estão implementadas cortam o ritmo do filme. Surgem em momentos de tensão e cortam a atmosfera. Na maioria das vezes só queria que as cenas musicais acabassem rápido para continuar a ver o desenrolar da história.

A sequela é uma continuação dos eventos do primeiro filme. Arthur Fleck, mais uma vez brilhantemente representado por Joaquin Phoenix, está num manicómio de alta segurança (Arkham) enquanto espera julgamento pelos cinco homicídios que cometeu no filme anterior. No início do filme, a sua personalidade de outrora está praticamente apagada. Sempre cabisbaixo, já não conta piadas, não se ri desalmadamente. Parece que não tem razão de viver… até que um dia acaba por encontrar Lee Quinzel (Lady Gaga).

Ainda que esteja preso, Arthur Fleck apaixona-se e ganha vida. Vê em Harley Queen uma alma gémea, alguém que o entende perfeitamente e que o ama por aquilo que é. Grande parte do filme decorre numa sala de tribunal. A defesa de Arthur Fleck quer provar que tem uma dupla identidade criada para se proteger dos abusos que sofreu em criança. Os acusadores querem provar que merece a pena de morte. Vemos mais uma vez o quão injusta pode ser a vida e como a sociedade tende a pisar ainda mais quem se encontra em baixo.


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Fora as partes musicais, a verdade é que Joker: Folia a Dois tem um estilo semelhante ao filme anterior. É sujo, cinzento, carregado de emoções conflituosas e negativas. Não há espaço para alegria quase nenhuma no mundo de Arthur Fleck. Não é, tal como o primeiro não foi, o típico filme de super-heróis. O Joker que todos conhecemos das bandas desenhadas aparece no filme, mas não da forma esperada. Muitos não perceberam o que Todd Phillips quis fazer. Admito… é fora do comum e completamente contra as expectativas. Inicialmente fiquei confuso com o final, mas agora entendo.

Esta medalha serve para jogos, filmes ou produtos que, apesar de algumas falhas, elevam-se acima da média e oferecem uma experiência agradável.

Veredicto

Voltando então à questão inicial: é Joker 2 um filme mau? Não. Já vi muitos filmes maus e este não é um deles. Podemos dizer que o filme não vai de encontro às expectativas, que a escolha de Todd Phillips para encaixar o filme com um musical é difícil de justificar e não melhora propriamente a fórmula vencedora do primeiro filme… mas não é um mau filme. Desde que me sentei na cadeira do cinema que fiquei agarrado ao ecrã e estive genuinamente interessado em descobrir o que ia acontecer no final. Um mau filme não tem este efeito. Um mau filme perde-nos a meio e faz-nos querer sair da sala do cinema. Isso comigo não aconteceu.

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.