Não Te Mexas (crítica) | Terror psicológico intenso da Netflix
- por Jorge Loureiro
- 28 de outubro, 2024
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Não há nada melhor do que um filme de terror para passar o serão de Halloween. Se este é o teu plano para passar a noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro, a Netflix tem uma nova proposta dentro do género.
“Não Te Mexas” (título original “Don’t Move”) é um filme de terror psicológico que aposta todas as fichas na sensação de impotência. O conceito do filme é original, mas se queres ter uma referência, fez-me lembrar um pouco “Hush” (2016), outro filme da Netflix, em que vemos uma jovem surda a ser perseguida por uma assassino na sua própria casa, não se apercebendo no início de que está a ser observada e controlada.
O enredo de “Não Te Mexas” é simples. Iris (Kelsey Asbille) é uma mãe angustiada pela perda do seu filho e, quando está prestes a saltar de um penhasco, aparece Richard, à primeira vista um homem com compaixão, que acaba por convencê-la a não se suicidar. Mas Richard não é de todo um bom homem. É um assassino em série e, na verdade, o seu plano é raptar e matar Iris.
Sobre Não Te Mexas
Realizadores: Brian Netto & Adam Schindler
Data de estreia: 25 de Outubro
Géneros: Terror psicológico / Thriller
Onde assistir: Netflix
Duração: 1h32m
O método de Richard passa por injectar as suas vítimas com um relaxante muscular tão poderoso que dentro de minutos começam a perder capacidades motoras até que, no final, conseguem apenas pestanejar. É daqui que surge, portanto, o nome do filme. A angústia e desespero de Iris trespassam para nós em cada cena. É um filme intenso, como se quer no terror psicológico.
Com Brian Netto e Adam Schindler (responsáveis por Delivery e 50 States of Fright) nas cadeiras de realizador, “Não Te Mexas” é um filme extremamente eficaz naquilo que se propõe a fazer. Entrega um conceito que se sente fresco neste tipo de filmes e envolve-nos rapidamente no enredo. Enquanto assistimos, estamos a torcer por Iris, para que consiga fazer alguma coisa. Estamos a sofrer com ela, quando não se consegue mexer e apenas consegue transmitir aquilo que sente com os olhos (a atriz Kelsey Asbille entrega um desempenho excelente).
Do início ao fim, a direção da história é completamente imprevisível. Embora possas achar que o destino de Iris é óbvio, afinal está completamente imóvel, o filme surpreendente com várias reviravoltas. Não há muitos exageros, e no geral, a narrativa mantém-se terra-a-terra, sem nunca chegarmos a pensar que o que estamos a ver era impossível de acontecer na realidade. É por isso que “Não Te Mexas” tem um efeito poderoso. Porque ficamos a pensar “e se isto me acontecesse a mim?”.
Sou um apaixonado por filmes de terror e esta foi mais uma agradável surpresa no catálogo da Netflix. Chamou-me a atenção a presença de Finn Wittrock no elenco, uma cara familiar para quem já assistiu a alguma temporada da série “American Horror Story”. A prestação de Wittrock no papel de assassino em série em “Não Te Mexas” é irrepreensível. A sua capacidade para ter a cara de menino bonito e no segundo seguinte passar para um ar arrepiante e assustador é incrível. A complexidade e profundidade que Wittrock dá à personagem soma logo pontos bónus ao filme.
Veredicto
Em resumo, “Não Te Mexas” é um filme simples e sem grandes pretensões, que entrega precisamente aquilo que promete: mostrar o terror e desespero de alguém que não se consegue mexer. Com cenas que cativam desde o início, e com várias reviravoltas que nos deixam agarrados e a querer saber o que vai acontecer a seguir, mantém o terror psicológico em níveis intensos até ao final. O desfecho podia ter sido mais interessante, mas não deixa de ser satisfatório.
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Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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