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Os Estranhos: Capítulo 1 crítica | Nunca mais vou para um Airbnb

Os Estranhos Capítulo 1 critica
Crédito da imagem: Lionsgate

Quem gosta de filmes de terror sabe que não há melhor guilty pleasure do que um bom slasher para ver ao final da noite. Existe alguma coisa de irracionalmente confortável de estarmos sentados e seguros a ver outras pessoas a serem perseguidas por lunáticos.

Os Estranhos: Capítulo 1, com estreia marcada para hoje nos cinemas portugueses é uma nova proposta dentro desse género. Tal como o nome indica, o filme faz parte de uma saga e no total terá 3 capítulos. Todos os filmes, inclusive este primeiro capítulo, são realizados por Renny Harlin, realizador de Die Hard 2 e Nightmare On Elm Street 4.

A história é sobre o quê?

A premissa do filme é semelhante a tantos outros do género. Um casal de namorados está a fazer uma viagem pelos Estados Unidos, até que fazem um desvio errado na estrada e dão por si numa pequena vila do Oregon, chamada Venus.

Param para tomar qualquer coisa e quando voltam ao carro, está avariado. Convenientemente, há ali uma oficina mesmo ao lado, mas devido à falta de uma peça que só dá para ir buscar no dia seguinte, têm que alugar a única casa de AirBnB que existe ali perto para passar a noite.

O que pode correr mal? Tudo.

Quem são os Estranhos?

Os Estranhos é nome atribuído ao grupo de assassinos do filme. Usam estranhas máscaras e não sabemos realmente o seu motivo para matar. O início do filme, quando o casal chega à vila, deixa implícito que é uma vila religiosa e que não é bem visto que Jeff e Maya, o casal de namorados, ainda não se tenham casado.

Fora isso, o filme não dá respostas concretas às perguntas se que vão formando ao longo da hora e meia de filme. Mais de metade do tempo de ecrã é dedicado para fazer um build-up tremendo (e bem executado, diga-se) para a hora da matança. Pelo caminho, prega alguns valentes sustos recorrendo às técnicas habituais de jump scares com sons repentinos e troca de planos de câmera.

Traz alguma de coisa de novo para o género dos slashers?

Enquanto slasher, Os Estranhos: Capítulo é um filme competente, mas não traz nada de inovador ou refrescante para um género tão familiar e explorado. O realizador Renny Harlin mostra que domina a arte do terror psicológico e do suspense, mas há partes que não fazem sentido na minha cabeça.

As personagens tomam decisões questionáveis, tendo em conta que estão a ser caçados por um grupo de estranhos assassinos, como por exemplo, escaparem da casa que alugaram apenas para irem esconder-se num anexo / barracão ali ao lado em vez de desatar a fugir como se não houvesse amanhã pela estrada fora.

Portanto, não é um filme que emana inteligência e acaba por seguir as mesmas tropes que outros filmes do género.

Este é o símbolo para jogos, filmes ou produtos assim-assim. Têm tanto de bom como de mau. Ainda podes gostar e desfrutar deles, se estiveres disposto a ignorar certas coisas.

Veredicto

Saí do cinema um pouco desiludido, apesar de adorar filmes de terror e slashers. O filme não é longo para os padrões actuais (em que há cada vez mais filmes de 2 horas e mais) e acaba num enorme cliffhanger. Percebo a ideia de criar vontade para ver os capítulos seguintes, no entanto, ficou a sensação de que este Capítulo 1 é apenas um aperitivo e não um filme completo. Apesar de tudo, a verdade é que fiquei curioso para ver o próximo filme para saber o que acontecer a seguir e ter então as respostas para as minhas perguntas.

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.