Indiana Jones and the Great Circle (análise) | Um jogo obrigatório
- por Rui "MetalCreep" Borges
- 17 de janeiro, 2025
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
Com o fecho da história de Nathan Drake em Uncharted e com o regresso de Lara Croft a tardar, o anúncio de um jogo do Indiana Jones foi bem recebido pelos gamers que há muito tempo queriam ver o professor e arqueólogo americano num videojogo.
E, felizmente, o jogo entrega uma enorme qualidade em todos os aspetos.
O professor Indiana Jones estreia-se em grande no universo dos jogos AAA. Apesar de a perspetiva em primeira pessoa poder desmotivar alguns jogadores a experimentarem o título, esta escolha pode ter sido pensada para o diferenciar de franquias como Uncharted e Tomb Raider.
No entanto, considero que, à boa moda dos jogos da Bethesda, também poderia ter sido adicionada a opção para o jogador alternar para uma visão em terceira pessoa. O jogo ganharia imenso caso fosse jogado nessa perspetiva.
Como indiquei anteriormente, o jogo entrega uma enorme qualidade em todos os aspetos. Agora, vamos analisá-los.
Sobre Indiana Jones e o Grande Círculo
Data de lançamento: 9 de Dezembro de 2024
Plataformas: PC, Xbox Series (futuramente, PS5)
Editora: Bethesda
Plataforma testada: Xbox Series X
Género: FPS / Aventura
Preço: 69,99€ (disponível também no Game Pass)
História - Uma boa adição aos filmes
Caso sejas fã dos primeiros filmes da saga, Indiana Jones e o Grande Círculo é uma adição perfeita a esses títulos. Curiosamente, há momentos que mostram o que aconteceu a Indiana e à sua relação com o pai, em claras alusões a Os Salteadores da Arca Perdida e A Grande Cruzada. E, à semelhança desses dois filmes, O Grande Círculo aborda um tema importante da cultura judaico-cristã ao explorar elementos do Antigo Testamento, como os Nephilim.
Adicionalmente, tal como nos filmes, o humor é muito semelhante ao que nos foi apresentado pelo cineasta Steven Spielberg, com piadas diretas, até mesmo em momentos de combate.
A história de O Grande Círculo é daquelas que podemos ver num vídeo no YouTube, apenas com os momentos narrativos, e assistir como se de um filme se tratasse. É tão bem escrita e, em muitos momentos, surpreendente.
Troy Baker destaca-se como Indiana Jones
O elenco do jogo conta com alguns pesos pesados. O maior destaque vai, certamente, para Troy Baker, um ícone da indústria gaming, famoso pelos seus papéis em The Last of Us e Death Stranding.
A voz de Troy encaixa perfeitamente na personagem imortalizada por Harrison Ford. Sinceramente, acho que esta é a minha prestação favorita do voice actor, pois ele incorpora a essência da personagem de forma magistral.
Também contamos com o falecido Tony Todd, um gigante com uma presença impressionante. A atriz italiana Alessandra Mastronardi é sublime como Gina, entregando-nos, à boa moda da saga, uma personagem sagaz, perspicaz e com um espírito lutador.
Mas o destaque vai mesmo para o vilão, Emmerich Voss, o arqueólogo nazi interpretado pelo ator greco-alemão Marios Gavrilis.
A sua interpretação é, por falta de melhor termo, fenomenal. Os devaneios verbais, alternando entre alemão, inglês e italiano, aliados à sua capacidade de dar vida às expressões verbais da personagem – de tal forma que só nos apetece esmurrá-lo –, mostram bem a qualidade impressionante do seu trabalho.
Locais espetaculares para explorar
Indiana Jones e o Grande Círculo oferece aos jogadores seis mapas. Felizmente, a MachineGames dividiu-os de forma equilibrada entre mapas focados na exploração e mapas mais lineares. Isto confere ao jogo um ritmo dinâmico, evitando a monotonia e proporcionando uma abordagem mais direta por parte dos criadores, o que mantém o jogador envolvido na história e na ação.
Se a Cidade do Vaticano, com as suas multidões e espetaculares edifícios, nos convida à exploração, o mesmo acontece na zona de Gizé. Já locais como Tóquio e o Nepal são muito mais diretos, não oferecendo tanto espaço para explorar. O jogo pede para ser desenrolado e, quando damos por nós, estamos no meio de uma ação frenética, onde Indiana e Gina tentam recuperar o fôlego e perceber o que se passa.
Aliada à exploração e ao desenrolar da história, a experiência inclui bastantes puzzles (afinal, este é um jogo sobre arqueólogos). Embora à primeira vista possam parecer desafiantes, são frequentemente simples.
A travessia dos cenários é bastante intuitiva e, por vezes, um simples erro de direção pode levar-nos a descobrir um local escondido, com um artefacto ou um puzzle para resolver.
Visualmente deslumbrante e áudio imersivo
A nível gráfico e sonoro, Indiana Jones e o Grande Círculo está muito bem conseguido. O design sonoro permite-nos perceber tudo o que acontece ao nosso redor, seja o som distante de uma cascata ou os passos dos inimigos a aproximarem-se da nossa posição. O nível de detalhe no áudio proporciona uma imersão fantástica.
Graficamente, há pouco a apontar. A iluminação e a forma como os elementos do cenário são apresentados mostram um grande cuidado. Além disso, a “luta contra a tinta amarela” – usada noutros jogos para indicar locais onde podemos trepar ou segurar-nos – foi aqui substituída por uma alternativa que se mistura organicamente com o ambiente.
É um jogo visualmente deslumbrante, com uma excelente variação de mapas, desde o vibrante Vaticano até aos tons mais monocromáticos de Gizé e Nepal. A equipa conseguiu entregar a diversidade que cada local merece.
Jogabilidade intuitiva
A jogabilidade em primeira pessoa torna a experiência mais imersiva, mas pode ser frustrante em certos momentos. É comum querermos usar um item e, devido à lentidão da personagem, acabarmos por utilizar outro sem querer.
Curiosamente, sempre que Indiana usa o seu chicote para atravessar secções do mapa ou trepar paredes, o jogo alterna para uma perspetiva de terceira pessoa. Isto reforça a ideia de que essa opção poderia ter sido explorada de forma mais abrangente.
De um modo geral, a jogabilidade é bastante intuitiva e oferece as ferramentas necessárias para que o jogador possa, por exemplo, executar ataques furtivos com frequência. No entanto, também existe a opção de entrar em combate direto, pegando numa arma e espalhando o caos – uma abordagem que acarreta mais riscos, já que os inimigos infligem um dano considerável.
No fim, Indiana Jones e o Grande Círculo proporciona uma experiência de jogo sólida, intuitiva e cheia de momentos épicos.
Sobre a banda sonora
A banda sonora de Indiana Jones e o Grande Círculo parece ter sido composta por um verdadeiro fã do lendário John Williams. Embora mantenha uma sonoridade familiar para os fãs da saga, também possui identidade própria, tornando-se, por si só, uma personagem do jogo.
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Veredicto
Com 21 horas de duração, este título é uma experiência fantástica, tanto para quem está a descobrir a personagem como para os fãs mais antigos. É, sem dúvida, uma carta de amor ao universo criado por George Lucas e Steven Spielberg. Com mapas diversificados e visualmente deslumbrantes, puzzles interessantes, muita ação, performances incríveis do elenco e uma história envolvente, Indiana Jones e o Grande Círculo é um jogo obrigatório. E quem sabe, talvez um dia possamos ter um modo em terceira pessoa!
Rui "MetalCreep" Borges
O Rui é um apaixonado por Assassin’s Creed e segue a indústria dos videojogos há anos. Quando não está a mergulhar em mundos virtuais, está provavelmente ocupado a ser pai, a lutar contra o cansaço ou a criar conteúdo para o o seu canal do YouTube e redes sociais. A sua banda favorita é Metallica, por isso sabemos que tem bom gosto.
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