Spider-Man 2 |
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Plataformas: PS5 |
Data de Lançamento: 20/10/2023 |
Género: acção aventura / mundo aberto |
Preço: 79,99 € |
Perante o poder de fazer uma sequela, vem a responsabilidade de fazer melhor.
Com Marvel's Spider-Man 2, a Insomniac Games quis evidentemente fazer algo mais grandioso do que em Spider-Man (2018) e Spider-Man Miles Morales (2020). A principal ambição desta sequela é dar aos jogadores a possibilidade de controlar dois homens-aranha num jogo em mundo aberto, inédito e nunca antes feito, uma história que envolve um diverso elenco de vilões deste universo, e um mapa ainda maior para explorar, que desta vez não está apenas restrito à ilha de Manhattan.
A sequência inicial, contra Sandman, estabelece o tom para esta sequela: sequências de ação de grande escala em que vamos alternando de perspectiva conforme o homem-aranha que estamos a controlar. A primeira vez que vimos esta mecânica foi em GTA 5 (2013) na geração da PS3 e Xbox 360, mas em Marvel's Spider-Man 2, graças ao SSD da PS5, a espera entre troca de personagens não dura mais do que 5 segundos. Esta mecânica transita para o mundo aberto, em que podemos, a qualquer momento, alternar entre Peter Parker e Miles Morales. Para fãs do homem-aranha, é uma fantasia tornada realidade.
Um jogo familiar, mas com novidades
Apesar destas novidades, a arquitetura de game design permanece muito semelhante à dos dois jogos anteriores. Há missões principais, que continuam a ser de longe melhores, mais emocionantes e elaboradas do que as restantes, e as duas ilhas que podemos explorar são recreios perfeitos para os homens-aranha. As atividades secundárias continuam a ser bastante repetitivas e monótonas depois da primeira vez, bem como a variedade de crimes aleatórios nos quais podemos intervir. Há um pouco mais variedade dos que nos jogos anteriores, mas sinto que ainda havia margem para mais.
O web-swinging está ainda melhor e satisfatório. Indo mais além, a Insomniac Games incluiu também a mecânica de fato-asa. Sim, agora os dois aranhiços podem deslizar pelo ar e apanhar correntes de vendo colocadas estrategicamente nas ilhas e entre elas para uma deslocação super rápida. As viagens rápidas estão de volta e são desbloqueadas assim que completamos a 100% as atividades de um distrito, mas a deslocação pela cidade é tão divertida que nunca tive vontade de usar esta mecânica.
Há mais variedade de inimigos e dificuldade
Em termos de progressão, à medida que sobes de nível com Peter e com Miles podes desbloquear novas habilidades que adicionam complexidade e possibilidades aos combates. Os dois homens-aranhas têm árvores de progressão separadas, e embora os controlos sejam iguais para ambos, as habilidades de cada um são diferentes. Fora as habilidades, existem árvores de progressão para os vários dispositivos usados em combate. Quanto mais evoluis, mais cargas de teias vais ter, e mais fortes serão os efeitos de cada tipo de dispositivo.
Os combates requerem dedos ágeis para te esquivares na perfeição dos ataques dos adversários, que podem ser chutos e pontapés, balas, ou projeteis de areia se estiveres a enfrentar uns clones de areia do Sandman. A variedade de inimigos está maior e nem sempre é fácil lidar com a quantidade de coisas a acontecer, principalmente quando dás por ti em situações de 10 para 1 ou mais. Há inimigos em que não basta carregar no quadrado para os atacar e derrotar, vais ter que usar teias e outras artimanhas para derrotá-los.
Apesar do combate ser quase idêntico aos jogos anteriores, continua um dos elementos mais fortes. A Insomniac Games conseguiu recriar na perfeição um sistema que dá vida às incríveis habilidades dos homens-aranha.
Uma história que cruza vários vilões
Um dos maiores trunfos de Marvel's Spider-Man 2 é conseguir enfiar na mesma narrativa diversos vilões do universo Spider-Man. Vamos ter que lidar com Kraven The Hunter, Mysterio, Lizard, Sandman, Venom, entre outros que não quero mencionar para não estragar surpresas. A Insomniac Games teve liberdade para reajustar várias coisas para que tudo encaixe na mesma história. De forma geral, funciona bem, no entanto, perante tantos vilões, ultimamente sentimos que o desfecho de alguns foi demasiado apressado. Com um mundo aberto tão grande e um universo tão rico, esta sequela ficou ligeiramente aquém do seu verdadeiro potencial. Ainda assim, não deixa de ser um jogo sólido e divertido para quem gosta do homem-aranha.
De volta estão as missões com Marry Jane, se bem que diferentes. O foco das missões continua a ser stealth, ou seja, tens que ser sorrateiro e não ser detectado. O stealth continua a ser anedótico, seja com Marry Jane ou mesmo com os Spider-Man (os inimigos parecem que têm palas nos olhos). Fora isto, a repórter do Daily Bugle é excessivamente poderosa com a sua arma de atordoar, derrotando exércitos treinados e armados. A jogabilidade não condiz nada com a sua personagem.
A longevidade podia ser maior
Para o bem e para o mal, Marvel's Spider-Man 2 deixa sede de mais. Por um lado, aguça o apetite para uma eventual (vá, é praticamente garantido) sequela. Por outro, fica a sensação de que podia ser um pouco mais longo. Há histórias secundárias que mereciam um desenvolvimento mais pautado. As próprias atividades secundárias parecem copy-paste em várias situações. Apesar de tudo, é garantidamente um jogo divertido e que dá gozo jogar.
Tecnicamente, é impressionante pela rapidez com que os homens-aranha se deslocam pelo mapa, sem que loadings de texturas e outros problemas comuns em jogos em mundo aberto se intrometam. Nas opções, é possível alternar entre um modo 4K/30fps e outro com resolução variável entre 1080p e 1440p com 60 FPS. Ainda experimentei o modo 4K, mas num jogo com esta rapidez de movimentos, simplesmente não aguentei muito tempo. A parte técnica impressiona mais do que o visual. Não posso dizer que é um jogo com maus gráficos, mas assim que deixas de baloiçar ou deslizar pelo ar e metes os pés nas ruas, percebes que há compromissos. Já era assim nos anteriores, continua a ser assim na sequela.
Prós
Mundo aberto expandido
Alternar entre Peter Parker e Miles Morales
A história envolve vários vilões deste universo
O web-swinging está ainda melhor e satisfatório
O combate é fluído e com novos truques à mistura
Diversos fatos e variações para desbloquear
Contras
A maioria das missões secundárias são repetitivas
O stealth não é credível, podia ser melhor
As missões com Mary Jane são exageradas
O end-game podia ser mais longo
Veredicto
Spider-Man 2 é uma sequela sólida, mas segura. Com isto, quero dizer que a Insomniac Games tinha a oportunidade de ir mais além, sobretudo após a experiência que teve em Spider-Man e Spider-Man: Miles Morales e o feedback que recebeu dos jogadores. É um bom jogo, com momentos de diversão e em que nos sentimos verdadeiramente na pele dos homens-aranha (Peter e Miles) mas havia margem para melhorar vários aspectos como o stealth, as missões secundárias, e a longevidade do end-game levando em conta que se trata de um jogo em mundo aberto num universo riquíssimo. Os seus pontos fortes são o grande mundo aberto, o gozo da jogabilidade e navegação pelo mapa, e a história criada pela Insomniac Games que acaba por ser um Universo Cinemático do Spider-Man nos jogos.
Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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