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Star Wars The Acolyte Season 1 review | Desastrosa perturbação na força

Star Wars The Acolyte review
© Disney / Star Wars

Existem várias formas de medir o sucesso de uma série. Para mim, ultimamente, resume-se a uma simples coisa: quando um episódio acaba, se existe ou não vontade de assistir ao próximo. Com The Acolyte, a mais recente série de Star Wars a chegar à Disney Plus, a verdade é que essa vontade evaporou-se a meio da temporada. E isto são palavras de alguém que adora Star Wars desde miúdo. Quando uma série falha em captar a atenção dos fãs até ao final, algo está seriamente errado.


Sobre Star Wars: The Acolyte

  • Data de estreia: 4 de Junho de 2024

  • Onde ver: Disney Plus

  • Número de episódios 8

  • Duração de cada episódio: 30 a 45 min


Desde há algum tempo que está de caras que Star Wars está “doente”. A Disney está com dificuldade em dar uma direcção ao universo numa realidade pós-skywalker. Tudo o que faz acaba por estar relacionado, umas coisas mais do que outras, com os seis filmes da saga lançados no período de George Lucas. The Acolyte parecia que ia ser diferente, decorrendo cerca de 100 anos dos eventos de Star Wars I: A Ameaça Fantasma, durante o pico da era High Republic, mas com o final da primeira temporada, tudo aponta, mais uma vez, para uma relação com a Skywalker Saga.

Para além de ser cansativo que tudo o que Disney faça esteja sempre relacionado com a Skywalker Saga, The Acolyte tem outro problema mais grave: está mal executada. Com 8 episódios a compor a primeira temporada, é uma desilusão a quantidade de perguntas que ficam por responder. Perdeu-se mais tempo com coisas triviais e com diálogos ocos do que a desenvolver a narrativa. Nos episódios intermédios pouco aconteceu, ficando tudo para os dois últimos episódios Há um curtíssimo cameo a meio do último episódio que explica algumas coisas, mas está implementando de uma forma forçada, como se fosse um mero apêndice e ninguém na equipa de escritores soubesse bem como encaixar aquilo.

Apesar de tudo, os pilares The Acolyte eram interessantes: duas gémeas aparentemente criadas através da manipulação da força, separadas na infância por eventos trágicos. Os primeiros episódios foram interessantes. Gostei de ver o culto de bruxas e como no controlo da Força nem tudo se resume a Jedis e Siths. Dei o benefício da dúvida à série. E apesar das críticas que apontam o dedo ao wokismo desde o segundo episódio com o cântico “O Poder de Muitas”, acho isso é meramente uma nota de rodapé com as tremendas falhas que The Acolyte apresenta. É difícil acreditar que a Disney gastou $180 milhões aqui. Na maioria das vezes, tem o aspecto de uma série de segunda categoria. As lutas de lightsabers não são épicas, e apesar de alguns belos cenários naturais, incluindo o nosso arquipélago da Madeira, raramente ficamos de boca-a-berta com o que vemos no ecrã.

Enquanto séries e filmes anteriores de Star Wars retratam a Força com uma dualidade fixa – os Jedi são bons, os Sith são maus – The Acolyte tenta mostrar que existe uma grande área cinzenta, que os Jedi também são capazes de tomar decisões questionáveis, que mentem e escondem coisas para benefício próprio. A intenção é boa, mas novamente, a execução é terrível. As decisões e actos das personagens parecem forçadas e exageradas. Enquanto noutras séries fico imerso na narrativa e vibro com os acontecimentos, em The Acolyte limitava-me a fazer facepalms. Sim, é tão mau a esse ponto. Não sei como a Disney aprovou a maioria das coisas. Não sei como uma equipa profissional, e com uma propriedade tão adorada como Star Wars, pensou: "sim, isto é uma boa ideia".

Para uma série que decorre na High Republic, The Acolyte acabou por mostrar muito pouco dessa era. Os próprios Jedi que aparecem são uma desilusão, completamente humilhados por Sith num confronto directo. Outro problema é a disparidade de poder na mesma personagem mediante a cena. Vemos isto, por exemplo, em Mestre Sol, que tanto parece um padawan perdido, como de repente passa para modo Mestre Jedi. É uma série sem consistência, em que as coisas mudam apenas para servir a direcção da narrativa, por menos sentido que faça. É possivelmente a maior desilusão desde que a Disney comprou Star Wars e a pior série da saga disponível na Disney Plus. Uma segunda temporada vai acontecer, por isso, enquanto fãs, resta-nos fazer figas e esperar que seja melhor. Fazer pior é difícil.

O nome diz tudo. Estes são jogos, filmes ou produtos maus, que deves evitar. Não são compras seguras e têm mais de negativo do que positivo. O risco é teu.

Veredicto

Uma série desastrosa do princípio ao fim, com um enredo que parece escrito por amadores, com decisões sem nexo das várias personagens, e que não soube aproveitar o riquíssimo lore que banha o universo de Star Wars

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.